domingo, 13 de fevereiro de 2011

Casamento do meu sobrinho Herszek

Falando um pouco sobre o meu dia à dia aqui no Japão, resolvi colocar estes dois vídeos que filmei e editei do casamento do meu sobrinho Herszek realizado no dia 31 de novembro de 2010. Para a família e parentes, principalmente os que estão no Brasil, é uma oportunidade de ver esse acontecimento familiar. Para os outros leitores do blog, talvez fique uma pergunta no ar...:

Tá certo foi até interessante, mas o que a gente tem a ver com isso? 

Bom, seguindo a linha a que me propus sobre falar um pouco da nossa vida aqui no Japão, esses vídeos fazem parte do contexto. Existiam por volta de 300 mil brasileiros aqui no Japão, hoje em dia não faço ideia do número exato. A crise econômica, os terremotos e tsunamis ( assunto sobre o qual pretendo falar em outro post) serviram para fazer debandar uma grande quantidade de compatriotas. Mas existe também uma grande quantidade de pessoas que vão ficar, apesar das crises econômicas; das calamidades naturais e anti-naturais como vazamento de usina atômica; mísseis norte-coreanos e as eventuais perguntas:

Você não tem medo?

As quais respondo: É claro que tenho;

Os que ficam são pessoas que  criaram vínculos mais fortes e não tem tanta facilidade assim de voltar ao Brasil. Nesses vídeos, aparecem nossos filhos, sobrinhos e netos. Brasileiros que nasceram aqui ou vieram muito pequenos, que falam um português atravessado e estão totalmente enraizados na cultura japonesa. Que comem feijão mas não tem nenhum amigo brasileiro, pois os brasileiros que pretendem um dia voltar, apesar de já estarem a vários anos no Japão, vivem em guetos brasileiros. Só trabalham entre brasileiros, só comem comida brasileira, só frequentam lugares onde tem brasileiros, colocam os filhos para estudar em duvidosas escolas brasileras. E vão se isolando até o dia do tão esperado retorno.

Aí você me pergunta: Então você quer dizer que se acha o certo, com seus filhos brasileiros que falam português errado e nem sabem escrever, não sabem cantar nem o hino nacional brasileiro.

Então eu lhe respondo: Sinceramente não sei dizer.

Existe apenas à frente uma encruzilhada com poucas opções de escolha e sem retorno. Quem veio para cá foi atraído como o passarinho que enganado pela visão do alpiste cai na fisga de jaca. Alguns são maltratados, outros são bem tratados e alimentados, mas o destino de ambos é a gaiola eterna.

Então você quer dizer que não gosta de estar no Japão, que aí é um lugar ruim para você? 


De forma alguma, gosto do país, gosto da tranquilidade e da falta de violência urbana. Mas com certeza gostaria de estar noBrasil. Quando falo em gaiola eterna, me refiro as amarras que se criam quando as pessoas tomam decisões. Você vai ficando a cada dia que passa, mais preso aos compromissos e situações que vão se criando. Voltar, não é simplesmente comprar uma passagem, entrar no avião e tchau. No dia à dia, seja no  Brasil ou Japão,  existem os méritos e os deméritos. No meu caso a distância da família é tudo.

Quem quiser assistir mais coisas interessantes, como por exemplo os convidados que pagam todas as despesas do casamento deixando uma quantia pré-combinada antes de entrar podem assistir aqui.
 


2 comentários:

  1. Lindo vídeo! Parabéns!!!
    Obrigada Evandro, por nos dar a oportunidade de ver essa festa linda que não tivemos a possibilidade de participar.
    Viva a internet e seus recursos!
    Celia e familires do Herszek no Brasil.

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  2. Que lindo! que luxo!!! amei!
    Parabens para meu afilhado lindo, obrigada Evandro pelas imagens!! Um bjo!

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